26 de jul. de 2012

Vigilantes do céu


Na vida, tem certas coisas que só podem ser vistas se mirarmos o céu. A presença de algo ou alguém  a nos fazer companhia somente pode ser percebida quando olhamos para cima de nossas cabeças. O único sinal dado por estas criaturas  para indicar-nos a sua presença é - eventualmente - a sombra de seus corpos projetada no chão.

Quase ninguém sabe, mas o céu de São Paulo é protegido dia e noite por dois condores. Eles ficam planando nas alturas, vigiando posições e guardando cada canto da cidade. O que os fez adotar os céus de São Paulo ninguém sabe. Mas o fato é que eles o fazem por devoção. Eles seguem inclusive um roteiro pré-definido: começam vigiando a zona leste, depois a zona norte, a sul e finalmente a oeste; depois disto, permanecem planando na região central.


Basta algo sair da rotina para ambos deixarem suas posições e empreenderem voos rasantes nas zonas de perigo iminente. Sabe-se, inclusive, que eles mantêm alguns postos de observação  fixos, fazendo dos mesmos verdadeiros heliportos. Ninguém entra, circula ou sai da cidade sem ser visto por ambos.


E o que os paulistanos, em especial, ganham ou perdem com isto, já que os mesmos não podem efetivamente fazer nada de concreto para nos salvar ou poupar de algum contratempo ou infortúnio? Objetivamente falando, nada; nada mesmo. Mas penso que, de alguma forma, é muito bom saber que não nos encontramos sozinhos nesta cidade; que acima de nós existem duas criaturas zelosas, vigilantes e que - mesmo distantes - estão lá em cima para que não sejamos reféns da solidão.


Em São Paulo, ninguém pode dizer que está sozinho. No mínimo está em solo, acompanhado pelos dois condores e (para quem quer acreditar), pela presença de Deus.


 O texto acima foi criado para dar forma à apresentação do tecido que desenvolvi e produzi para a ALCAÇUZ. Na verdade foram dois tecidos: um utilizado para o forro das bolsas e outro desenvolvido especialmente para dar forma à algumas peças da coleção. O tecido feito para o forro das bolsas é o que chamo de marca d'água, em base tafetá.


Já o tecido para as roupas é um jacquard, com 3 variantes.


Variante 1: fundo em fio mescla cinza;

Variante 2: fundo algodão cru;
Variante 3: fundo azul jeans.


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