16 de jul. de 2013

Pocotó


Carroças trafegando em meio a carros trôpegos
Cavalos matando a sede nos bebedouros
Sonhos levados e trazidos a galope
Paisagem vista sem espelho dianteiro ou retrovisor
Pensamentos levados pelo vento
Sinfonia de conversas regidas pelo chicote que tem pressa
Corridas patrocinadas por encontros e despedidas
E para não dar chance e vez ao azar,
ferraduras nas patas da frente e de trás

Tempos bons estes em que andei de charrete em plenas ruas de Araçatuba, na década de 70. Os carros dividiam a via com as charretes, que foram as precursoras dos táxis na cidade. Com elas, podíamos ir e vir para qualquer local desejado; no meu caso, eram as aulas particulares de violão, que aconteciam duas vezes na semana na casa do professor. Ao ouvir o som da sineta batendo, corria em direção à charrete estacionada em frente de casa, em companhia de meu violão.

Aproveitando a minha estada em Araçatuba, por conta do feriado de 9 de julho, aproveitei para fazer um post que tivesse relação direta com a cidade. Trouxe na bagagem a etiqueta que desenvolvi e produzi para a MAGNÓLIA, importante loja multimarcas de roupas femininas. A mesma é pilotada por Cristina Maia e suas noras Beatriz e Mariah.


Como cenário para as fotos, escolhi um lugar muito especial, carregado de história.

Trata-se do prédio histórico que abrigava nas décadas de 1930 e início de 1940 as Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo. Conhecida como SANBRA (Sociedade Algodoeira do Nordeste do Brasil), ali se fabricava óleo comestível de algodão, além de torta de caroço de algodão, usada na alimentação animal. Além disso, de lá saiam as fibras da planta, que eram enviadas para as indústrias têxteis do grupo, em São Paulo.

Hoje o prédio pertence à COBRAC (COOPERATIVA DO BRASIL CENTRAL), onde funciona um supermercado e lojas da cooperativa para a comercialização de insumos e produtos voltados para a agro-indústria.















A etiqueta tem o fundo em cetim branco e o logo bordado em fio camafeu.






Caminhando pela construção, entrei em um barracão transformado em um misto de floricultura e quitanda, onde encontrei este cavalinho e este bezerro descansando em meio aos entulhos do local.




Recado do dia: Tudo o que você me deu foi um barracão cheio de entulho. Fiz dele o meu palácio, com direito a pé direito alto e lustre de cristal.



Nenhum comentário:

Postar um comentário