14 de ago. de 2012

O circo chegou


Pão e circo. Desde o Império Romano, é isto o que os governos de todos os tempos têm - em maior ou menor medida - nos proporcionado. Enquanto comemos pão e nos divertimos, eles roubam na surdina.

Estava  comendo pão com manteiga. De repente ouvi um som alto vindo da rua. Ele anunciava alguma coisa. Corri para a frente de casa para ver o que era. Assim como eu, alguns vizinhos das casas ao lado e na frente fizeram o mesmo. Algumas pessoas que passavam na rua também pararam para ver. Era o circo chegando na cidade.


 Eles estavam fazendo um desfile a céu aberto, mostrando as atrações que poderíamos ver no espetáculo dos próximos dias. Eram os anos 70. Naquela época os circos eram muito diferentes dos atuais. Os movimentos em defesa dos animais - até onde sei - não existiam. Em razão disto, os circos estavam inundados de leões, tigres, zebras, elefantes, macacos, rinocerontes, macacos, cachorros...


Fiquei ali parado, com o pedaço de pão na mão, admirando a beleza que via passar na minha frente. Eram malabaristas balançando em trapézios improvisados...


 ...palhaços dando tchau para a garotada...


 ...o domador com o chicote na mão pronto para a enfrentar a fera que estava sentada dentro da jaula...


...lindas trapezistas vestidas em collants e saias de bailarina; o mágico tirando o coelho branco de dentro de sua cartola; o motoqueiro do globo da morte parado, segurando na mão direita o seu capacete; o poodle branco, equilibrando-se nas patas traseiras, fazendo saudações aos passantes; o domador segurando pela coleira o inquieto macaco que acenava com as mãos pedindo banana; enfim, ali estavam todos os ingredientes que poderiam fazer um garoto como eu achar que havia encontrado o nirvana. O apresentador do circo, vestido em traje de gala, anunciava em alto e bom som que o circo chegara; dava a localização do mesmo e os dias e horários do espetáculo. Somente quando a trupe passou, deixando na rua o vazio de seu rastro é que acabei de engolir o pão e voltei correndo para dentro anunciando a novidade: "- Paaaai, mãããe, o circo chegou!".


O velho circo da infância fez-me viajar de volta ao passado. Um passado onde a magia tomava conta de tudo à minha volta. Nenhuma dor ou tristeza poderia vir a fazer morada, já que existia dentro de mim a possibilidade transformar qualquer sentimento ou acontecimento negativo em uma bela e inusitada fantasia.

UMA ESTÓRIA SEM PÉ NEM CABEÇA

Palhaço, eu?
Palhaço é a mãe que, nas horas vagas, é trapezista
Irmã do domador de leões,
Casado com a engolidora de fogo,
Amante do malabarista,
Primo do equilibrista,
Cunhado da ilusionista
Ex-mulher do mágico
Sócio do dono do circo
Que se um dia pegar fogo
Não vai sobrar ninguém para contar a estória
Que vai virar manchete de jornal sensacionalista
Para depois descansar no arquivo morto
Da delegacia de uma cidade pequena
Que por não ter o nome no mapa
Ficou de fora da turnê
Do grande circo Moscou
E agora, me diz:
Quem é o palhaço?

E como em toda e qualquer viagem a gente precisa de um bom hotel para ficar, apresento-lhe a seguir um tecido que desenvolvi para o HOTEL FASANO. O objetivo deste trabalho foi apresentar-lhes a possibilidade de utilização do tecido para confeccionar saquinhos que viessem a acondicionar os sapatos dos hóspedes que solicitassem o serviço de engraxar sapatos.

Além desta utilização, o mesmo poderia vir a se transformar em objetos especiais a serem ofertados aos hóspedes, como moleskines exclusivos, necessaires, porta-joias, tablet case, notebook case etc.


As fotos que se seguem foram tiradas em um local reservado a engraxar sapatos dentro do Conjunto Nacional, na avenida Paulista. Quis tirar as fotos do tecido lá porquê o mesmo fora criado com a intenção de vir a ser transformado em saquinhos para acondicionar os sapatos dos hóspedes que viessem a solicitar o serviço de engraxate. No dia anterior as fotos, fui até lá para engraxar os meus sapatos e solicitei ao engraxate autorização para fazer as fotos do tecido em seu local de trabalho. Com a devida autorização, voltei com o tecido e fiz as fotos. Por coincidência, foi no Conjunto Nacional que o grupo Fasano abriu o seu primeiro salão de festas.


Além do tecido, desenvolvi também galões (fitas) bordados em fundo de cetim canelado. Estes poderiam transformar-se em lindos laços para fechamento das sacolas personalizadas do hotel, além de poderem enlaçar os presentes com a chancela do mesmo. Até mesmo um bouquet de flores poderia vir a ficar muito mais especial, com um farto laço feito com a fita.




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