9 de mar. de 2013

O palhaço


Encontrei este grafite, feito em papel, em um muro de 
um prédio abandonado da rua Augusta, nos Jardins.

Quando eu me vi palhaço
Contei os passos
Medi as palavras que me revelariam a você
Ao vestir a fantasia,
Abotoei os punhos da camisa
E contei quantos botões de rosas
deixei de lhe ofertar
Com o rosto pintado
não pude reconhecer mais a minha pessoa
Os suspensórios que prendiam a calça de cetim
não revelavam a brancura de meu corpo distante do Sol
Se quiser, pode dar risada
O meu nariz era uma bola de pingue-pongue vermelha
Dentro dela respirava um homem que emprestara
a alma ao dono do circo
Deixou-a lá fazendo o espetáculo
E foi-se embora com uma velha mala de couro preta na mão
Caiu na estrada à procura de um novo picadeiro
Onde para ser feliz não fosse mais preciso vestir qualquer fantasia
Muito menos a de palhaço

Palhaço remete a circo. Circo remete à criança. Criança remete à diversão. E é com espírito de criança feliz que nasceu a MATRACA, confecção de roupas infantis, comandada pelas estilistas Claudine Faria e Luciana Barbosa. A marca procura oferecer às crianças uma roupa - que segundo elas mesmas definem - "... é uma mistura do romantismo de antigamente com uma pitada de modernidade.".


Escolhi como cenário para as fotos o CENTRO DE MEMÓRIA DO CIRCO, um museu muito bem cuidado, que resgata a história dos circos brasileiros e de nossos palhaços de todos os tempos. O museu fica na Galeria Olido, na Avenida São João, 473, São Paulo. Acompanhado de meu velho iFone e da etiqueta MATRACA, lá fui eu fazer palhaçada; no bom sentido da expressão, claro.


Recado

Você acha que faz de mim o seu palhaço,
mas quando olho para você
vejo apenas uma bola vermelha no lugar de seu nariz

Para ilustrar "o recado", apresento os grafites de MIMI THE CLOWN.


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