21 de mar. de 2013

Acerto de contas, pós pedido de casamento

  
O amor é lindo. E cego

- Casa comigo?
- Caso, desde que você me dê uma casa.
- Uma casa?
- Claro, você nunca ouviu aquele ditado: "quem casa quer casa"?
- Já...
- Pois é...
- Mas e se um dia a gente se separar, como é que fica?
- Como é que fica? Você vai para um flat e eu fico na casa
- Ah, sei.....Quer dizer que eu vou ter que fazer as malas, colocá-las em nosso carro e ir para o flat.
- Não, amor. Para o flat você vai de táxi, pois o carro ficará comigo.
- E se tivermos um filho ou filha, como é que fica?
- Eu fico com ele ou ela e você paga a pensão. Simples.
- E ai? O convite continua de pé?
- Só mais uma pergunta.
- Faça quantas quiser.
- Por acaso você me ama?
- Você duvida disso, Momô?

Pensando bem, não são apenas os que se casam que querem casa; os que se separam também. Eu já vivi os dois lados da moeda. Ao se casar, a gente sai por aí adquirindo tudo o que precisa - e o que acredita precisar - para "montar" a casa.Fazemos uma verdadeira maratona para transformarmos a casa pelada em nosso tão sonhado e desejado lar doce lar.

Ao nos separarmos dá-se a mesma coisa, só que com um diferencial: ao fazermos a partilha dos bens adquiridos ao longo do matrimônio, praticamos uma verdadeira sessão de desapego. É um tal de dar tchau para aquele sofá recém-reformado que adorávamos; para aquele abajur italiano exclusivíssimo e caríssimo  adquirido a peso de ouro e juros abusivos, pagos em prestações a perder de vista e de controle; para aquela tela divinamente pintada pelo artista plástico da hora. Muitas vezes temos que dar tchau até para o nosso maior bem móvel da casa que é o nosso cachorro; até por isso eu já passei.

Ao final das despedidas, é chegada a hora de olharmos e lidarmos com os vazios que vieram para morar com a gente: os materiais e os existenciais. Não sei dizer quais dos dois é mais difícil de lidar. Para preencher os vazios existenciais você pode contar com a pronta ajuda de um terapeuta. Se ainda não tinha um, é bom arranjar um rapidinho. E para preencher os vazios materiais, existem as casas de móveis, utensílios domésticos e objetos de decoração. Para ambos os casos é preciso ter muito dinheiro. Quanto mais, melhor. Se você precisar de um bom terapeuta eu tenho um para lhe indicar; é só me ligar. E se você precisar de uma boa loja de objetos de decoração, eu também posso lhe indicar uma: a LE LIS BLANC CASA. Ela sabe preencher, como nenhuma outra, os buracos de nossa decoração.

Desenvolvi para a LE LIS BLANC CASA uma etiqueta realmente muito linda. O toque especial foi dado pela utilização do fio cobre metálico nos arabescos e em parte do logo.


Como cenário para as fotos, fiz uso de alguns objetos que compõem a decoração de minha casa: alguns deles são herança de família, e outros foram garimpados por mim em cidades que conheci a trabalho ou passeio. Comprar objetos especiais sempre foi o meu hobby predileto.

Esta escultura foi um presente de casamento. Gosto muito dela porque me lembra um pouco do universo de Degas, de quem sou fã de carteirinha. Inspirando-me nele, coloquei nela um laço de cetim dourado e um colar de pedras brasileiras.


Adquiri esta boneca talhada em madeira em uma loja de artigos e objetos originários, principalmente, da China e do Japão, localizado no bairro da Liberdade, em São Paulo.


Estas duas pequenas bonecas japonesas, presas por cordão de poliéster também foram compradas na Liberdade.


Este livro foi-me dado como presente por meus pais. Ele é um exemplar de 1964 (um ano depois de meu nascimento) de uma série Biblioteca de Seleções. Este volume reúne as seguintes estórias: AS SANDÁLIAS DO PESCADOR; FLOR OCULTA; O VALETE VERMELHO; A MÃO DE MARY CONSTABLE.


Estas castanholas foram trazidas por meus avôs maternos em viagem feita a Espanha.


Esta xícara japonesa antiga foi presente de casamento dado por um querido tio de Adriana, já falecido: o meu querido e adotado por mim, tio Guilherme.


Este antigo porta-jóias foi-me dado de presente por meus pais.


Este chaveiro antigo, carrega consigo uma linda caixinha japonesa de música; é só dar corda que ela ainda toca.


Este mini-isqueiro japonês é presente de meus pais; herança de família.


E já que estamos falando da minha casa, quero lhe mostrar também uma matéria que saiu recentemente no Jornal da Cidade, caderno Revista da Cidade, assinada pelo colunista Frank Menezes. Ela apresenta a decoração de meu apartamento. Para mim, este convite foi motivo de honra e privilégio. Faço agora deste convite uma oportunidade para que você conheça um pouco mais de meu universo particular.


PARA REFLETIR

Quando a pesada cortina de veludo vermelho se fecha, encerrando assim o espetáculo do amor, o desamor entra em cena. Pois saiba que até mesmo ele necessita de uma grande dose de amor para fazer valer o seu personagem.

Beto Tozzi


(*) a foto da cortina de veludo, e as demais, foram tiradas por mim, momentos antes de começar um espetáculo do Ballet da Cidade, no Teatro Municipal de S. Paulo, em Dezembro de 2012.

2 comentários:

  1. Parabéns Beto, li tudo, e o que não parece ser justo no texto (a parte da partilha, R*), você consegue colocar de uma forma carinhosa a aceitação do desapego...

    Grande abraço,
    Eliene Nunes

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