12 de jun. de 2012

Passaporte


Quando a gente nasce, ganha um passaporte em branco. No decorrer da vida, a cada viagem empreendida, as folhas vão sendo preenchidas e ganham carimbos diversos. As experiências vão sendo registradas. As imagens vão sendo gravadas e armazenadas. A cada vivência corresponde uma folha. Desta forma, vão ficando registradas as ruas pelas quais passamos; os bairros que visitamos; as cidades que conhecemos; os países desbravados.


Nada do que vivemos ficará em branco ou poderá ser apagado; nosso pen-drive original não o permite. Todos os erros e acertos ficarão lá anotados. Durante a nossa jornada, viajamos às vezes acompanhados; às vezes sozinhos, apenas em companhia de nós mesmos. Os passaportes de nossas vidas são como os livros na estante. Alguns têm poucas folhas; outros têm um volume considerável; e alguns outros têm vários volumes e edições diferentes. Sempre haverá o primeiro e o último registro, apesar de não o desejarmos. Esta obra nunca ficará aberta. Acredito eu que em nosso último e derradeiro capítulo, antes de colocarmos um ponto-final na história, não iremos nos lembrar da marca do carro que tivemos; da grife de roupas que usamos; do nome dos restaurantes que frequentamos; ou quantas estrelas tinham os hotéis em que nos hospedamos. Creio que o que se passará em nossa mente, será a sensação do vento que balançou nosso cabelo; da água gelada do mar que bateu em nossos pés; do cheiro da fruta apanhada no pé; das cores das flores ofertadas à amada; dos beijos e abraços que demos e recebemos; do rosto de cada um que nos foi importante e a quem nós também o fomos. Acredito ainda que não saberemos dizer o saldo do dia que teremos em nossa conta-corrente, poupança ou outra aplicação qualquer. Nos momentos finais só nos restarão a certeza de tudo o que vivemos; das incertezas do que não quisemos ou pudemos viver; e a dúvida se tudo valeu realmente a pena.


O texto acima serviu de inspiração para apresentar um trabalho feito para o BRADESCO, realizado através de uma agência de comunicação. Desenvolvemos e produzimos uma etiqueta com um adesivo autocolante no verso que foi aplicado a uma série de chapéus ofertados aos convidados de um evento promovido pelo banco aos seus acionistas e funcionários.

A seguir passaremos o chapéu para que você possa visualizar o resultado deste trabalho.


Posso dizer que o saldo foi positivo e  o balanço final trouxe muitos dividendos aos acionistas.

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