foto: Norbert J. Sülzner |
Todas as manhãs, seja na ida ou na volta do colégio, passava em frente àquela casa. Abandonada, ela estava caindo aos pedaços. O mato tomara conta do que outrora fora um jardim. Podia-se ver que o telhado viera abaixo em alguns pontos, deixando o madeiramento pelado.
As janelas, feitas de lâminas estreitas de madeiras justapostas, já se apresentavam desdentadas aqui e ali, permitindo que os raios de sol acendessem os cômodos da casa.
Era difícil de se imaginar que já houvera vida naquele lugar. Naqueles dias, as únicas coisas ainda vivas que habitavam a casa eram a poeira, o mofo, a sujeira por tudo quanto era lugar, os trincados e buracos nas paredes, os vidros quebrados, os batentes enferrujados, os pregos abandonados, os soquetes sem lâmpadas, o material que não fora levado embora, o mato alto, as ervas daninhas, os morcegos e aranhas que vieram constituir família.
Contava-se à boca pequena que ali morara uma linda moça loira, às vésperas de se casar. Morava com seus pais e dois irmãos. Filha única, engatara casamento com moço rico da cidade.
A moça loira acreditava que fizera valer a promessa de dar uma vida mais confortável à família. Só não contava que o destino pudesse pregar-lhe uma peça. E foi justamente o que aconteceu.
Os convites já haviam sido distribuídos, a igreja já encontrava-se reservada, os padrinhos convidados, a festa acertada, e o vestido de noiva aguardava a última prova, quando a notícia chegou feito uma bomba. O noivo fugira. E o pior de tudo, não partira só. Fugira com uma moça da alta-sociedade.
Deixara a jovem loira a sós, segurando nas mãos vazias um bouquet de desilusão. O bouquet cheirava a flores de cemitério (faça agorinha mesmo o sinal da cruz).
Sem pensar duas vezes, a moça loira trancou-se em seu quarto, vestiu-se de noiva e enforcou-se usando por corda o véu de tule de dois metros de comprimento.
Depois disso, a família enlutada e envergonhada colocou o que coube dentro de um caminhão de mudança e foi-se embora. Partiram na calada da noite sem deixar recado ou paradeiro.
Passados alguns anos da partida, com a casa já aos pedaços, espalhou-se pela cidade que o espírito da moça loira estava morando na casa. Alguns podiam jurar que viam-na debruçada sobre o parapeito da janela de seu antigo quarto, vestida de noiva, com um bouquet de flores nas mãos, convidando sorridente os moços que passavam em frente à casa para entrarem.
Sabe-se que os que aceitaram o convite, nunca mais saíram de lá para contar o que viram.
Passado o susto do conto, vamos agora dar uma voltinha para relaxar.
Escolhi como cenário a rua Amauri, no Itaim Bibi, uma pequena rua, travessa da avenida Faria Lima, em São Paulo, que reúne alguns dos mais estrelados restaurantes da cidade. Dentre eles, posso destacar o Parigi, o Ecco, e o Forneria São Paulo.
Levei em minha companhia uma sacola da marca feminina COUCOU, cujo slogan é "Coucou, me voilà!".
A sacola é simplesmente linda e tenho o privilégio de dizer que contribuí para o resultado final: desenvolvi e produzi a alça em jacquard, que deu à peça um tom de sofisticação. A fita foi feita em base tafetá, fundo preto, com o logo bordado em ouro metálico em ambos os lados. A sacola foi produzida pela Vifran.
COUCOU, segundo a definição que se encontra no facebook da marca "é uma interjeição française que anuncia a chegada e a presença de alguém.". É uma expressão usual - principalmente entre mulheres - que quer dizer "oi". COUCOU dá nome também a um pássaro, semelhante à pomba; além de ser o nome que se dá ao tradicional relógio carrilhão cuco.
Recado do dia: Se você está parada na escadaria de seu castelo à espera do príncipe encantado, lembre-se que o último imperador brasileiro morreu há exatos 122 anos.
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