21 de fev. de 2013

De volta a Praga




Fui, sem nunca ter ido

Quando eu dei por mim estava em Praga. A tarde caía e a noite ia cobrindo as ruas da cidade com seu manto de luz violeta. Encontrava-me vagando pelas ruelas da cidade velha, segurando nas mãos a minha bicicleta. A impressão que tinha é de que havia entrado em um velho cartão-postal, cuja foto retratava uma paisagem bucólica. Andava em meio aos cidadãos locais, que iam ou voltavam de seus afazeres dominicais.

Os sinos da catedral, em estilo gótico, repicavam, chamando a população para a missa logo mais. Nada e ninguém ali estava na moda; todos vestiam-se de maneira simples, com trajes que poderiam muito bem ter pertencido à seus pais e avós. Ninguém tinha ou aparentava pressa. Estavam apenas cumprindo o ritual de mais um dia de vida. Apesar de saber que estava apenas de passagem, sentia-me pertencente àquele lugar.

Era como se estivesse retornando a minha terra natal, depois de muitos anos sem vê-la. Apesar de não conhecer nenhuma daquelas pessoas, era como se todas me fossem familiares. Parei por um instante e sentei-me em uma mureta de pedra para admirar a paisagem. A paz que sentia fazia meu coração pular de alegria. De fato, eu realmente pertencia àquele lugar e o mesmo viveria para sempre dentro de mim.

Tudo o que acabei de contar sucedeu-me enquanto dormia. Fora um sonho. Sonhara que estivera em Praga, mesmo sem nunca tê-la conhecido.

Recordei-me deste sonho quando pensei em fazer um post utilizando como cenário uma tela que ganhei recentemente de presente de minha querida e inestimável amiga Elisa Lobo. Sabendo que além de seu fornecedor (faço suas etiquetas), sou admirador inconteste de sua obra, a mesma, num gesto de generosidade, resolveu presentear-me com uma de suas criações. E o melhor, sugeriu-me que eu mesmo escolhesse a obra a ser retratada. Depois de muito pensar, escolhi NOITE ESTRELADA SOBRE RÓDANO, de Vincent van Gogh, datada de 1888 (Museu d'Orsay, Paris).


Veja a maravilha que ficou.


E como não me canso de levar as minhas etiquetas para onde vou, lá fui eu até o Parque Ibirapuera fotografar etiquetas e galão que fiz para a marca GIOVANNA PARIZZI.


Acreditei que a tela de Elisa Lobo, com toda a sua sofisticação e riqueza de detalhes, seria a base ideal para eu mostrar este trabalho.

Por ser frequentador assíduo deste parque, já imaginava que as margens de seu lago seria um cenário ideal para as fotos. É um lugar plácido, que transmite paz e serenidade. E por incrível que pareça, ao chegar lá, deparei-me com estes patos que descansavam e brincavam na relva. O cenário lá encontrado combinava muito com o retratado na obra de Elisa.



As etiquetas e o galão foram feitos com o fundo na cor baunilha e o logo em fio cobre metálico. A combinação de cores deu à etiqueta um tom bastante calmo, suave. 


Esta etiqueta é dobrada ao meio e apresenta, de um lado, o logo, e do outro, a numeração.


Este galão, chamado de galão pendurador, é utilizado para pendurar saias, shorts, calças, vestidos etc. Além de ter um papel funcional, serve como mais um item de personalização da marca.




2 comentários:

  1. não sei o que é mais bonito: se o seu texto, o quadro, o parque ou a etiqueta. Tudo de muito bom gosto. Lindo demais. Você transforma seu trabalho em poesia. Tem felicidade maior!
    Beijão,
    sonia pedrosa

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    1. Sonia, minha querida: o seu comentário enche-me de alegria, entusiasmo, vontade de continuar e melhorar sempre. Realmente este é um trabalho que faço com a alma. Quem o vê, vê a mim também. Agradeço a Deus a possibilidade de fazê-lo e ter esta grande e inestimada amiga Claudia, que - num ato de grande generosidade - viabiliza para mim. Obrigado por você existir e estar próxima a mim.

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