18 de out. de 2012

Nada


Quando o vazio preenche mais do que a presença do outro é sinal de que está na hora de ambos buscarem caminhos próprios, distintos um do outro. Qualquer ausência é melhor do que uma presença que não seja bem-vinda.

Nada do que queres
faz-me querer-te
Nada do que dizes
faz com que te ouças
Nada do que ouves
faz-me sintonizar-me em ti
Nada do que sonhas
faz-me acordar contigo
Nada do que pensas
faz-me importar-me contigo
Nada do que vês
faz-me reconhecer-te em mim
Nada, absolutamente nada, do que te importas
faz-se importante em mim
Portanto, mantenha-te distante de mim,
pois a distância é o que há de mais próximo
entre nós dois


Assim como uma relação onde não mais existe interface, as listras de um tecido não se cruzam jamais; caminham lado a lado compondo um todo paralelo. Apresento-lhe agora um tecido listrado, de construção elaboradíssima, tanto em nível de desenho como de tramas e fios. Ele foi desenvolvido para a marca de sapatos e bolsas SCHUTZ, em duas variantes de cores. Na composição deste tecido entram fios de lã; lurex e poliéster.


Para fotografar o tecido, escolhi uma praça em frente o Clube Atlético Paulistano, situado no Jardim Paulistano. A pequena praça é linda; pena que está a mercê de mendigos que fazem dela a sua morada; e a usam como banheiro também. As fotos foram feitas em um sábado de primavera, com muito vento; tive um trabalho enorme para manter os tecidos em seus lugares. Parecia mais uma sessão de E O VENTO LEVOU.


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