17 de nov. de 2012

Jardim do Éden


A lima-da-pérsia olha para o limão,
que olha para a jabuticaba,
que olha para a pitanga,
que olha para a pimenta,
que olha para o manjericão,
que olha para a hortelã,
que olha para a romã,
que olha para a alfazema
e todas, juntas, se perguntam:
- O que estamos fazendo aqui?
Aqui é o lugar que lhes parece uma selva de pedra, e em meio ao qual foram plantadas e estão sendo cultivadas. Não dá para acreditar que no meio de tanto pó, cimento, poeira, concreto, poluição, vidros, barulho e aço, possam brotar condimentos que darão um leve frescor aos pratos do restaurante vizinho.


A obra é fruto de um doido (do bem) que plantou a ideia de ter uma horta no meio da avenida Paulista. Aos executivos que se dispõem a dar um tempinho ao trabalho insano de todo o dia, têm quatro bancos de madeira esperando por eles embaixo de uma jabuticabeira e uma pitangueira.

Ali não existem frutos proibidos capazes de fazê-lo pecar e acabar expulso daquele paraíso. Pensando nisso, o dono do jardim nem quis plantar uma macieira. Ele sabe que Adão e Eva até hoje não aprenderam a lição.

O jardim ao qual me refiro é um pedacinho de natureza plantada em meio ao cinza da avenida Paulista.


Ele pertence ao restaurante SPOT que fica ao lado. Acredito que o restaurante faça uso daquelas hortaliças para dar um sabor especial aos pratos ali criados. E o lugar serve, ao mesmo tempo, como refúgio aos seus funcionários que podem "dar um tempo", fumando, ou apenas relaxando.



E como não poderia deixar de ser, levei para lá o tecido de inspiração ikat que fiz para a ALCAÇUZ. A fim de dar às fotos um clima de oriente, mais especificamente ao Marrocos, usei como objetos de cena um candelabro de ferro com copinhos de vidro contendo velas; além de um porta-velas de ferro em forma de uma mini-gaiola, ambos pertencentes ao meu acervo pessoal.

O tecido em questão tem o fundo em algodão cru e a estampa ikat em tons de cravo-da-índia, laranja e branco.



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