Como é difícil ater-me ao hoje sem refastelar-me nas idiossincrasias do passado e sem embriagar-me com as promessas do futuro.
O hoje determina que tenho o tempo exato entre o amanhecer e o anoitecer para resolver as pendências do dia; para entregar-me de corpo e alma ao amor; para perdoar-me dos erros e enganos cometidos; para jogar na lata de lixo as vinganças cujos prazos de validade já há muito expiraram.
Os pesadelos do passado e os sonhos do futuro servem-me apenas para balizar o presente; fazer as escolhas que acho mais apropriadas e servir de prumo para que eu estabeleça as coordenadas de minha viagem cotidiana.
É muito fácil perder-me em meio ao pó acumulado das salas de visita não visitadas; da alma que na hora h não foi consultada.
Torna-se muito fácil perder-me nas trilhas já desbravadas, porém não utilizadas e - por isso mesmo - já escondidas em meio à vegetação local.
É muito fácil trocar e inverter as histórias que ficaram gravadas nos discos já há muito riscados; a agulha da vitrola vai pulando uma série de trechos da música escolhida, não permitindo que eu compreenda o que quer dizer a canção como um todo.
Da mesma forma é muito fácil que eu não me dispa e aproveite o sol que me convida à um mergulho no mar, dado estar por demais ocupado em planejar o que pretendo fazer nos próximos anos.
Esqueço-me que sou, sim, o motor que conduz minha vida à diante; mas pela frente estende-se a mão do improvável; do indizível; do inominável; do não esperado e - muitas vezes - do não desejado.
Digo a mim e a você: façamos apenas a lição proposta para hoje. A lição que não fizemos e que já perdemos não mais está disponível para ser corrigida (o professor já não pode mais ser encontrado); a lição do amanhã está guardada em um envelope lacrado guardado a sete chaves por um senhor guardião chamado tempo.
Não adianta saber de cor e salteado todas as letras do alfabeto, se apenas quatro delas podem ser soletradas: h o j e.
Tudo o que escrevo neste blog é ditado pelo coração. Sou apenas o instrumento que materializa o que ele quer dizer. Foi com a ideia de visitar o passado que dirigi-me - de iPhone na mão - para uma visita ao museu do Ipiranga. Ele estava fechado por ser dia de votação do segundo turno em São Paulo. Mas o que ele tinha de mais bonito a me mostrar estava fora em seu lado de fora.
Acompanhando-me nesta aventura, levei um tecido que desenvolvi há alguns anos para a marca de sapatos e bolsas SELO DE CONTROLE, hoje apenas SELO.
Ele é muito glamouroso e acredito que combine perfeitamente com o local. Você pode conferir nas fotos a seguir.
O tecido foi desenvolvido em duas variantes de cor: fundo preto e bordados em fio metálico furtacor e pink; e fundo preto e bordados em metálico furtacor e capim. A base é um tafetá.
a outra variante de cor |
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