Imelda é uma mulher poderosa. Acostumada aos flashes das colunas sociais, exerce o papel de esposa de parlamentar como nenhuma outra.
Seu marido é autor de projetos polêmicos que - se um dia forem aprovados - transformarão nosso país em algo muito próximo ao extinto seriado "Ilha da Fantasia".
Como quase (para não generalizar) toda mulher de parlamentar, ela gosta de gastar o seu tempo livre em boutiques de luxo de Brasília e - sempre que viaja ao exterior acompanhada do marido - sua diversão é fazer tours pelos principais centros de compras da Europa e Estados Unidos. Assim como sua homônima das Filipinas, tem verdadeira queda (apesar de nunca ter caído) por sapatos de grife. Sua paixão é tamanha, que as más-línguas a chamam de Imelda Tupiniquim. Apesar da maldade, o adjetivo cai como uma luva em seus pés tamanho 36 (Brasil); 7 (América do Norte); 38 (Europa).
O seu closet é assunto à parte. Tão grande é o seu acervo de sapatos, que o marido recentemente lhe presenteou com um apartamento anexo ao do casal, para que o mesmo viesse a ser transformado em closet. Ela assim o fez. Contratou arquiteta (mulher entende de sapato ) renomada e promoveu uma ampla, geral e até agora irrestrita reforma. Hoje lá existem o closet dos scarpins; dos sapatos de festa; dos casuais, para o dia-a-dia; e até o dos destinados a eventos políticos.
Imelda contratou - inclusive - uma funcionária formada em biblioteconomia para lhe assessorar no closet. Os sapatos encontram-se hoje todos devidamente cadastrados e catalogados por tipo de uso; material; cor; origem; tipo e tamanho de salto; modelo; e até uma relação dos que já foram usados e dos que ainda aguardam ocasião apropriada.
Os dados ficam todos armazenados em um tablet, sempre à mão da proprietária. A funcionária faz back-up diário dos arquivos.
Hoje, em especial, nossa Imelda encontra-se perdinha-da-silva. Logo mais tem um coctail promovido por uma ONG, em que comparecerão todas as mulheres que importam em Brasilia. Imelda incluída. Ela está com seu tablet à mão, quebrando a cabeça para resolver que sapato usará com o vestido Marc Jacobs recentemente adquirido em viagem à São Paulo.
O modelo, assim como este designer nova-iorquino gosta, tem cores vibrantes e pede um par de sapatos de personalidade.
Enquanto o modelo não lhe vem à cabeça, Imelda calça um bom, bonito e barato par de chinelo Havaianas e sai andando pelo apartamento/closet tentando refrescar os pés e a memória.
Obs.: Caso a Havaianas queira patrocinar este post ou até mesmo o blog, eu e Imelda nos colocamos à disposição para um bate-papo.
O texto acima serviu de inspiração para que eu mostre a seguir um trabalho desenvolvido e produzido para a designer de sapatos e bolsas LUCIANA VICENTE.
O tecido foi inspirado em uma estampa francesa datada de 1899. Foram feitas duas variante de cores em fundo de cetim preto: uma com bordado em púrpura e cinza escuro, e outra com bordado em preto metálico e cinza escuro.
As duas variantes do tecido aqui apresentadas não foram as produzidas, mas ficaram igualmente lindas, e merecem ser mostradas.
Luciana criou lindos sapatos com a estampa como o que você pode ver abaixo:
A etiqueta da marca também é feita por mim.
Ps: O grafite foi encontrado pelas ruas de São Paulo e os sapatos de papier machê, em uma lojinha pelas ruas de Praia do Forte/BA.
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