14 de fev. de 2012

Século XIX. Sul da Inglaterra. Um vilarejo.

Quando a escuridão tomou conta do vilarejo, não se pôde ouvir nada além do canto dos pássaros. Vez por outra, ao olhar-se fixo para a copa das árvores, era possível enxergar o balançar dos galhos, indicando ali a presença de algo.

cena do filme A Vila

Este é o momento em que as aves procuram um abrigo em busca de um sono reparador. Sim, as aves também dormem. E o que podemos ouvir então é uma doce sinfonia de pássaros a cantar.
Fico pensando que os pássaros aproveitam este momento do dia para colocar a conversa em dia, contando uns aos outros a aventuras vividas.

essa imagem pode ser o seu wallpaper

Algo semelhante ao que fazemos nós, seres humanos, quando nos reunimos com as pessoas queridas: Você viu o fulano? Não, menina. O que foi? Pois, é, nos encontramos em pleno voo, quando o vi ao lado daquela sirigaita. Não diga! Que sem-vergonha! E para onde iam? Ah, isto ele não me falou, mas dá até para imaginar, não É? Nossa !....E a conversa continua.

Ali, naquele momento, em algum galho mais distante e reservado, um casal de pássaros aproveita a privacidade para namorar um pouco. Acabam fazendo amor.

Two birds in a tree in sepia - by Flavio Ortolan

Sinfonia de pássaros. É isto o que podemos ouvir quando cai o dia e entra a noite enfeitada pelo seu tapete de estrelas, arrematadas pelos fios prateados da Lua, o astro maior.
Noite à dentro, à parte o piar das corujas insones e dos grilos falantes, vem o silêncio total. Muitas vezes, ensurdecedor. Ele nos traz os sonhos incompreensíveis e - às vezes - os pesadelos indesejados.


Quando menos se espera, surgem os primeiros raios da manhã. O Sol, imbuído de sua majestade, aparece e toma o seu lugar no céu. Mais uma vez podemos ouvir o canto dos pássaros que agora celebram o nascer de um novo dia. Feito os cumprimentos formais, vai cada um para o seu lugar. E você já notou que não existe entre eles colisão de rota? Cada um segue o seu caminho com o tanque abastecido de sonhos e desejos.

Podemos ouvir então o barulho das xícaras de porcelana inglesa sendo devidamente postas às mesas. Isto é sinal que o vilarejo também acordou.

imagem do blog My Daily Inspiration Board

O tecido em questão, que motivou-me a criar o texto acima, partiu de um desenho inglês, com data provável da segunda metade do século dezoito.


Ele foi desenvolvido à pedido da HUIS CLOS, que desejava fazer uma coleção baseada em desenhos de pratos de porcelana inglesa.


Eu fiz uma intervenção manual no tecido original. Aproveitei que o fundo fôra feito em fios de algodão cru (que aceita tingimento) e mergulhei-o em uma bacia contendo o chá preto que havia preparado.

assim se tinge tecido com chá!

O resultado ficou incrível, pois deu visibilidade maior ao desenho, feito originalmente em fios off-white, cujas diferenças de leitura se davam pelos diferentes fios utilizados no bordado: poliéster; lã; branco lírio e light.

 

Na foto abaixo você pode ver a foto que fiz mostrando os dois tecidos lado a lado: um com o banho de chá e o outro virgem, como foi produzido.

Have a good mornig. And enjoy a cup of black tea!

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