11 de fev. de 2012

Este convite é jóia

Conheci Romy e Milly Dryzun por intermédio de sua amiga Giovanna Parizzi. Giovanna, sabendo dos tecidos que estava desenvolvendo, indicou-me a elas para fazer um tecido que seria usado para promover a coleção de jóias a ser lançada pela SYZ, de  propriedade das duas irmãs.


Uma vez apresentado ao tema, losangos, propus fazermos um tecido com os elementos justapostos em duas cores, tendo as bordas confeccionadas em fio prata metálico. Algo que remetesse ao universo dos pierrots. Aprovada a idéia, demos início ao desenvolvimento do tecido, tendo-o feito em duas variantes de cores:preto e vermelho; e preto e verde  esmeralda.


Romy e Milly tinham por objetivo confeccionar os convites da coleção, forrando-os com o tecido. Isto acabou não acontecendo, uma vez que a empresa contratada por elas não apresentou o trabalho à contento. Para aproveitar então o tecido, que ficara lindo, forraram a parede da loja com ele.

Por um lado foi frustrante não ver o resultado deste trabalho, cuja idéia de utilização considero brilhante. Imagine só o requinte que é receber um convite de lançamento de uma coleção de jóias contemporâneas num envelope feito em tecido jacquard ,cuja estampa utiliza o mesmo tema da coleção.
Para termos uma vaga idéia de como ficaria o envelope, acabei customizando este aqui.


Quem sabe você não se anima a fazer o seu também. A idéia continua brilhante, assim como a trajetória destas duas irmãs, hoje proprietárias da marca italiana MISSONI no Brasil.


Essa estampa somada ao clima carnavalesco do momento me inspiraram a apresentar novas imagens de grafites que capturei pela cidade. Eles remetem ao universo dos pierrots e das artes circenses. Veja que lindos!


Quero mostrar também umas fotos antigas de um pierrot apaixonado, em pleno Carnaval dos anos 70. Vamos ver se você advinha quem é.



Um lembrete: a inspiração, assim como o amor, nos pega de surpresa, em momento e hora não esperada.

Com vocês:


EM CENA, A ROSA DE PLÁSTICO VERMELHA E A HISTÓRIA DE AMOR



No Grand Circo Columbus eles eram Pierrot e Colombina. Faziam o espetáculo em que o palhaço, após viver uma longa e triste vida solitária, encontrava enfim o amor na figura de Colombina, sentada em um banco qualquer, de uma praça qualquer, de uma cidade qualquer do Brasil. O amor era sempre selado através de uma rosa de plástico vermelha que Pierrot gentilmente tirava de dentro de seu chapéu em forma de cone, e oferecia à amada. The End. Este momento era mágico e - quase sempre - arrancava aplausos entusiasmados da platéia.

O que ninguém - mas ninguém mesmo - esperava, era que Pierrot, fora do espetáculo, José, iria um dia mudar o rumo desta estória de amor. Pois foi exatamente o que aconteceu, para desespero de Dora, a Colombina, e fora do espetáculo, mulher de José.

Certo dia, em um momento de folga, José fora à uma venda comprar uma pilha para o seu despertador, quando deparou-se com uma jovem de sorriso largo, atrás do balcão, a lhe atender.  Arlete (depois viera a saber o seu nome) era a filha do dono e tinha o olhar mais encantador que um dia seus olhos puderam enxergar.

Estava acontecendo ali, naquele momento, o que já acontecia há muito tempo no espetáculo ensaiado: o encontro do amor.

Pois foi naquela noite, para espanto geral da platéia, da trupe e de Dora, que Pierrot, ao invés de entregar a rosa vermelha de plástico para a Colombina, entregou-a à Arlete, timidamente sentada na primeira fileira. O circo veio literalmente abaixo. A platéia, boquiaberta, achou que aquilo fazia parte do número e acabou aplaudindo. Colombina saiu de cena rapidamente e foi chorar na coxia.

Acabava ali o espetáculo de Pierrot e Colombina e começava na mesma noite a história de amor de José e Arlete.

Hoje José vive naquela cidade ao lado de sua jovem esposa, e e é o feliz proprietário da filial da venda ESPERANÇA II. E advinha quem fica no balcão da venda a receber os clientes?

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