Brincadeira de criança. Fantasia elevada ao quadrado. Vontade de ser artista. Foram estas as razões que me levaram a querer fazer um filme. Mais que isto, desejava construir uma engrenagem que possibilitasse a exibição do mesmo. Mãos a obra. Primeiro encontrei uma caixinha de isopor que imaginei ser perfeita para fazer as vezes da tela. Abri as suas laterais com o auxílio de uma faca. Pronto, pela abertura feita nas duas laterais passaria a película do filme, em forma de várias folhas de papel sulfite emendadas com durex. Agora era chegada a hora de pegar as folhas e desenhar a estória. Cada folha exibiria uma das cenas. Munido de lápis de cor, comecei a obra. A estória ia surgindo e se desenrolando em minha cabeça conforme os desenhos iam ganhando forma. Na trama criada existiam os protagonistas, os atores coadjuvantes e os figurantes. Os cenários eram construídos em acordo com os acontecimentos. Como autor da estória, sentia a dificuldade que representava organizar todos aqueles personagens, dando-lhes uma roupagem apropriada, inserindo-os em um contexto que garantisse a autenticidade e veracidade da trama. Com a estória finalizada, emendei cada uma das cenas e enrolei o filme de forma que o mesmo somente fosse exposto durante a sua exibição.
Terminada esta etapa, agora fazia-se necessário arregimentar um assistente que pudesse iluminar a tela munido de uma lanterna, enquanto eu fosse fazendo o áudio, alternando-me como narrador e dando voz aos personagens. Além disso, seria preciso também cuidar da trilha sonora, viabilizada através de minha vitrola e alguns discos previamente selecionados. Encontrei o iluminador na figura de meu vizinho Baído. Instruí o mesmo direitinho quanto ao posicionamento da lanterna, a distância que deveria manter da tela e a hora exata em que deveria ascender ou apagar a mesma. Feito isto, era chegada a hora de fazer a divulgação da première aos convidados. O frio que senti na barriga só passou quando vi que os convidados para a première chegaram e se posicionaram para o início da sessão. A sala estava lotada. Tudo transcorreu direitinho, da forma que eu havia imaginando. Assim que os personagens principais disseram sua última fala, e entrou na tela a palavra THE END, vieram os aplausos. Foram tantos que me senti envaidecido. O melhor da história ainda estava por vir. Todos os convidados quiseram ficar para ver a segunda sessão. FIM.
A PRIMEIRA SESSÃO fala de arte e da tentativa infantil de normatizar o mundo e tudo que o envolve, segundo as cores e formas que revestem a infância.
Arte é o tema principal da ZUPI, uma empresa multidisciplinar, voltada para o design e todas as suas formas de manifestação; dentre os seus produtos podemos destacar as revistas impressas ZUPI e VOXEL; a revista eletrônica; a loja virtual; além de eventos, palestras, exposições que rodam o país e também países como Estados Unidos e Austrália.
Desenvolvi e produzi para a ZUPI uma etiqueta bordada que traz de um lado a sua logomarca, o Saci Pererê, e do outro o logo ZUPI SHOP. Estas etiquetas são utilizadas em produtos que são vendidos na loja virtual, como t-shirts, almofadas e bolsas.
Tinha por desejo fotografar a etiqueta em um local que - em acordo com a minha concepção - tivesse a cara da ZUPI: uma empresa que vai buscar a criatividade em lugares inusitados, alguns ainda não visitados pela mente humana.
Encontrei este local no Elevado Presidente Costa e Silva, o conhecido Minhocão. Este é um lugar cercado de muitas controvérsias e discussões; de estética "feia', ele liga a região central de São Paulo à zona oeste da cidade. Aos domingos o mesmo permanece fechado, tornando-se um lugar muito singular para se andar de bicicleta, skate, patins ou, simplesmente, caminhar e correr. Sou frequentador do local e adoro a estética 'suja" do lugar. Procurei tirar fotos que mostrem toda a riqueza que cerca e envolve os seus 3,4 quilômetros de extensão.
Depois de cumprirem sua nobre missão, este é o destino provável das mulheres que saem peladas nas ditas revistas eróticas masculinas.
Obs: A primeira ilustração deste post foi feita a partir de um desenho de minha filha, Marina.
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