13 de dez. de 2012

Um dia naquela cidade


As cores que você vê, nem sempre são as mesmas que você enxerga

A chuva jogou um balde de tinta cinza logo de manhã naquela cidade.

Assim que acordaram, os grafiteiros foram chamados e a eles fora dada uma missão:grafitar os muros de toda a cidade.

Sem pestanejar, um a um, todos emprestaram aos muros o seu estilo de trabalho. Alguns tinham obras monumentais a mostrar; outros, apenas pequenos motivos singelos.

Em comum a todos os trabalhos existia uma grande alegria. Os grafiteiros carregaram suas obras de muitas cores.

Ao término, quando todos já tinham abandonado o seu campo de trabalho, a cidade ficou mais parecendo uma grande galeria de arte.

Foi então que o prefeito da cidade - debaixo de muita chuva - propôs ao seu secretariado que se fizesse uma pesquisa junto à população.

Ele queria mensurar de forma científica qual o grau de percepção da população para com aquele movimento de arte feito em um dia tão sombrio.

O instituto que fez a aferição chegou à seguinte conclusão; tudo baseado na mais pura estatística matemática e acompanhado de uma auditoria devidamente credenciada para coibir fraudes e manipulações de resultados.

A totalidade das pessoas tristes da cidade não perceberam nada de diferente naquele dia cinza e chuvoso. Apressados para o trabalho, estudos e outras ocupações, tudo o que viram pela frente foram os tons cinzentos próprios dos dias nublados.

Já com as pessoas alegres, o resultado foi bastante diferente. Ainda dentro de suas casas e apartamentos, ao abrirem suas janelas e se deparem com o dia chuvoso, olharam de forma um pouco mais apurada e enxergaram os muros todos pintados. À caminho do trabalho e dos afazeres, as cores dos muros grafitados iam alegrando ainda mais os seus corações. Muitos entraram em êxtase e nem perceberam o momento em que a chuva parou e a luz do Sol voltou a brilhar. Para eles, aquele fora um dia colorido.

A conclusão final da pesquisa diz que as pessoas alegres são aquelas dotadas de um botãozinho que - ao menor sinal de tristeza (dias cinzentos) - uma vez acionado, preenche de cor tudo o que está à sua volta. Já as pessoas tristes nasceram com este botãozinho quebrado, ou então, o mesmo encontra-se desligado ou fora de área: enxergam apenas aquilo que vêem.

Participe você também da pesquisa e veja se o seu botãozinho está funcionando.


Para fazer companhia a este conto fantástico (no sentido fantasioso), apresento agora duas etiquetas que desenvolvi para a marca JINGLERS, da C&A. Elas foram feitas para uso externo em sapatos da marca. Ambas têm o fundo em damask, com uma entretela aplicada no verso. Ambas apresentam acabamento em overloque. A primeira etiqueta tem o fundo preto, o logo off-white e o overloque preto, acompanhando a cor de fundo. Já a segunda etiqueta é redonda , com o fundo preto, o logo off-white e o overloque na mesma cor do logo.

Escolhi um cenário muito especial para apresentar as etiquetas: um muro grafitado na rua Augusta. Passando certo dia por ali, presenciei o artista finalizando a obra. Tudo ali convidava para se fazer uma foto: o artista, a escada utilizada, as latas de grafite espalhadas no chão e um companheiro de trabalho tomando conta do pedaço. Pedi licença e o fotografei. Voltei outro dia com as etiquetas para fazer as fotos das mesmas in loco.


Eu entendi que dois artistas dividiram suas obras no mesmo muro. Isto porquê existem duas assinaturas, uma em cada extremidade do mesmo. A assinatura da direita do muro (foto logo abaixo) pertence à obra fotografada com o artista em pleno trabalho. A da esquerda (foto mais abaixo), pertence à obra em que se encontra o cervo.


E já que o tema deste post é grafite, veja agora esta obra de OS GÊMEOS que descobri por acaso no muro de uma casa localizada em um bairro nobre da cidade. Quando vi, não acreditei. O meu dia ficou muito mais colorido, assim como o das pessoas felizes daquela cidade retratada no conto.

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