9 de fev. de 2013

Sonho engarrafado


Começaremos esta estória já próxima de seu final. Depois a gente retorna ao começo.

Imagine que você se encontra confortavelmente sentado em uma poltrona de cinema vendo esta cena que se desenrola à sua frente.

Nossos personagens principais são Pedro e Eduardo, dois garotos por volta de seus nove anos de idade.
Pedro encontra-se na praia, de pé, tentando equilibrar o seu corpo em meio às ondas que insistem em querer derrubá-lo. Mas ele está firme, com suas pernas imersas na água revolta, um pouco abaixo da altura dos joelhos.

André segura na mão direita uma garrafa de refrigerante vazia e na esquerda uma rolha. Espera a vinda de uma boa onda para poder encher a garrafa de água. Esta fora a promessa que fizera ao amigo Alexandre: levar para ele a garrafa de volta à Adamantina, cheia de água do mar. Assim que consegue enchê-la, Pedro lacra-a com a rolha.

Feito o trabalho, Pedro deixa o mar e caminha de volta à barraca onde se encontram seus pais e irmãos.
Voltemos agora ao tempo:

Pedro encontra-se deitado em sua cama, com a cabeça apoiada em dois travesseiros, um em cima do outro. Está lendo o seu gibi preferido, preenchendo assim a linda tarde de início de verão.

Inesperadamente, Eduardo surge à porta, eufórico, segurando em suas mãos a garrafa vazia de refrigerante e a rolha, que fora devidamente providenciada por sua mãe.

Pedro olha para o amigo e o sorriso que se esboça em seu rosto denuncia a alegria de ver Eduardo.

Os dois são vizinhos há alguns anos, e a proximidade física de suas casas favoreceu o nascimento e o amadurecimento desta amizade.

Estamos no verão de um ano qualquer da primeira metade da década de setenta. A cidade em questão é Adamantina, localizada a 593 quilômetros da Capital; portanto, muito longe do mar.

Eduardo, já sabendo da viagem que Pedro fará com sua família para o litoral nos próximos dias, tratou de arranjar um jeito de matar um pouco a sede que sente de poder conhecer o mar. Surgiu daí a ideia de pedir ao amigo para trazer-lhe um pouquinho de água do mar. Quer poder conferir se a mesma tem o mesmo sabor e textura proposto por sua imaginação.

Pedro poderia neste momento usar de sua condição de menino mais rico que Eduardo e desdenhar a atitude do amigo. Mas não o fez, ciente das limitações que a vida muitas vezes nos impõe.Topa na hora o desafio:

- "Fique tranquilo, Eduardo (pega neste momento a garrafa e a rolha das mãos do amigo), prometo-lhe que a trarei de volta cheinha de água do mar.".

- " Nossa, Pedro, não sei como lhe agradecer."

- " Deixe para a volta, Edu. Na volta você me agradece."

Avancemos agora no tempo. Pedro se encontra dentro do carro da família, sentado ao lado dos irmãos e segurando firme a garrafa.

Estão voltando à Adamantina e já se encontram muito próximos à cidade. No transcorrer da viagem, desde o dia da partida, ele ficou ouvindo os protestos da mãe e dos irmãos - que menos sensíveis à causa alheia -, achavam um absurdo aquele combinado. A mãe chegou a sugerir-lhe  na viagem de ida que jogasse aquela garrafa fora e pegasse uma outra quando chegassem à praia. Pedro permaneceu firme em sua determinação de encher a garrafa dada pelo amigo, e não uma outra qualquer.

É chegado o final da estória.

Mal o seu pai encosta o carro na garagem e Pedro já sai apressado do carro em direção à casa de Eduardo. A mãe protesta em vão, dizendo que ele fique para ajudar a retirar as bagagens; mas Pedro não quer perder mais nenhum segundo.

Corre até a casa do amigo e entra sem fazer-se anunciar, como já é de costume entre os dois e de consentimento de suas famílias.

A mãe de Eduardo encontra-se de pé, batendo a massa que se encontra dentro de uma bacia de plástico. Cumprimenta-a rapidamente e pergunta se Eduardo está no quarto. Ao ver o consentimento da mesma com a cabeça, apressa-se em direção ao quarto.

-" Edu....Edu......!"

- Nossa Pedro, você não vai acreditar. Estava agorinha mesmo imaginando que você estava próximo a chegar."

Pedro, com o orgulho de ter cumprido com êxito a missão estampado no rosto, estica a mão e entrega a garrafa ao amigo.

Edu segura firme a garrafa e, de ímpeto, abre finalmente a rolha.

Faz de sua mão direita uma conchinha e derrama em sua palma um pouco da água.

- "Meu Deus, ela é muito mais gostosa do que eu poderia imaginar!"

O conto acima serve de cenário e inspiração para eu mostrar-lhe as lindas etiquetas e galão que fiz para a sofisticada marca de beachwear, DIBIKINI, de Andreia Graffiette.

O trabalho se deu em dois momentos específicos. Primeiramente fui chamado para desenvolver e produzir as etiquetas da DIBIKINI em parceria com o renomado hair stylist  MARCOS PROENÇA.

Andreia e Marcos
um dos modelos da coleção da Dibikini

Fizemos a etiqueta e uma fita de presente; ambas em jacquard. Num segundo momento, construímos as três etiquetas que dão cara à marca.

Fotografei os trabalhos em um cenário muito especial construído por mim. Fiz uma praia particular, utilizando como matéria-prima  raspas de giz-de-cera em tons de verde e azul e uma montanha de farinha de trigo. Conheça agora esta praia paradisíaca, feita especialmente para DIBIKINI.


Por não ter a amostra da fita feita em mãos, fotografei a arte-final da mesma.


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