14 de fev. de 2013
A flauta mágica
Escute....escute como é doce o som que sai do instrumento. Ouça, veja como são verdadeiras as notas que brotam de seu interior. Acredite: é doce sonhar. E mais doce que sonhar é viver acreditando em nossos sonhos.
Alguma vez em sua vida você já teve um sonho tão real, tão real, que ao acordar, simplesmente não quisesse admitir que ele não fosse realidade?
Comigo aconteceu quando eu era criança. Sonhei que havia ganho uma flauta. Não sei dizer qual o período de tempo que este sonho durou, mas enquanto o mesmo se deu, encheu-me de encanto e magia.
Ao ganhar a flauta, imediatamente comecei a tocá-la. Mas como tocar algo que você não tenha aprendido?; pois justamente aí é que estava o encanto. Eu tirava daquele instrumento lindas canções; ao término de cada uma delas eu parava e admirava a performance.
Quando acordei, procurei pela cama o instrumento. Apalpei por debaixo do lençol em busca do mesmo. Como não o encontrasse, fui ao encontro de Dora - minha babá - e perguntei-lhe:
- "Dora, cadê a minha flauta?"
- "Flauta, Beto, que flauta?"
- A flauta que eu ganhei!. Eu estava tocando e quando acordei não a vi mais."
Com um sorriso aberto, ela me disse:
- "Beto, foi só um sonho."
Meu Deus - eu pensei - como poderia ser um sonho se tudo aquilo fora tão real? Eu ainda podia sentir nas mãos a textura da madeira da qual era feito o instrumento. Hoje sei que ele deveria ser uma flauta doce.
Pois doce fora este sonho. Tomara a gente pudesse concretizar na vida todos os doces sonhos que um dia tivemos; e não deixarmos que a dureza da realidade os arrancasse de nossas mãos.
"Sonhar mais um sonho impossível" já cantava Maria Bethania. É assim que devemos viver: sonhando e vivendo todos os sonhos impossíveis para os outros; mas não para a gente.
Pode parecer inusitado uma escola de música querer fazer uma etiqueta. Mas foi exatamente isto o que aconteceu. O estilista Alexandre Prevelatto estava naquele ano de 2008 envolvido em um projeto com esta escola. A mesma queria lançar uma série de camisetas que retratassem o universo musical. Alexandre, já conhecendo o meu trabalho, fez-me o convite para, juntos, elaborarmos duas lindas etiquetas.
Utilizei-me como cenário para as fotos, de um livro de estórias infantis intitulado AS HISTÓRIAS DE MARINA. Os autores são Cláudia Vasconcelos, Odilon Moraes e Paula Astiz (editora Global). Este é o livro de cabeceira de minha filha, também Marina. Ela não dorme enquanto eu não leio uma das estórias; a sua preferida é O DIA EM QUE FABINHO ACORDOU ESQUISITO. Fiz uma pequena intervenção com tinta branca no desenho que se encontrava dentro do balão. Está aí o resultado tocado a quatro mãos.
A etiqueta acima, com a logomarca da empresa, dobrada ao meio, foi concebida para ser utilizada na barras das camisetas e também nas extremidades das mangas.
Apesar de de não ser uma flauta, achei que este pequeno bandolim, presente que ganhei de minha mãe e pertencia à minha querida avó Nena, serviria de cenário ideal para as fotos. Por incrível que pareca, ele ainda toca e - de seu interior - sai uma doce melodia.
Após concluir o post, fui fazer a minha tradicional caminhada de final de tarde. Foi quando eu vi esta clave de sol pintada na calçada. Achei que ela daria um lindo fim para eta história. Com vocês, a calçada que toca.
Obs: a primeira ilustração deste post é de autoria de Frans Hals (1582/1583–1666)
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