17 de dez. de 2011

Yes! We have bananas!


Este tecido representa a somatória de uma ilustração feita nos anos 50, nos Estados Unidos, cuja temática é a latinidade, com a sua interpretação para a linguagem do tecido jacquard.


Não poupei aqui o uso dos fios metálicos em tons que vão do verde-amarelo brasileiro,ao ouro e cobre.


Podemos dizer que ele é uma ode à mulher latino-americana, em especial às nossas tão amadas baianas, com seus colares e pulseiras em profusão.

a baiana do candomblé, através do olhar estrangeiro de Pierre Verger
a baiana do cotidiano, do livro Havaianas, as legítimas
a baiana do Pelourinho, flagrada por Claudia Endlein
a baiana fashion, do editorial de moda da Vogue
as baianas vaporosas de Carybé
as baianas rodopiantes da escola de samba Salgueiro

Na cabeça entram em cena as flores e frutas tropicais, com destaque para a banana.

a baiana estilizada, que transformei em tecido

Nada mais natural que seja assim, já que como bem disse Pero Vaz de Caminha em carta ao então Rei de Portugal, "...nesta Terra, em se plantando, tudo dá...." Pena que alguns brasileiros daquela época e de hoje tenham feito um mau uso desta expressão, acreditando que podem plantar aqui as frutas ruins da corrupção, do descalabro, dos desvios e descaminhos do dinheiro público, da extorsão e "outras cositas mas"; no bom português, más mesmo! Na minha visão, o único remédio capaz de combater estas pragas atende pelo nome educação. Faz-se necessário que os atuais governantes brasileiros fiquem de olhos e ouvidos bem abertos e priorizem a erradicação da miséria cultural pela qual passa nosso povo. Tão grave quanto a fome no seu sentido literal...


...é a fome cultural.


A Copa do Mundo está batendo em nossa porta. Qual é o Brasil que nós queremos mostrar ao mundo inteiro? O país em que um cidadão (como vejo quase diariamente nas ruas) se acha no direito de abrir o vidro de seu carro e jogar na rua a lata de refrigerante ou a a garrafa pet que estava tomando? Que país é este? Que povo é este? Yes, we have bananas, mas não podemos jogar as cascas no chão e continuarmos andando como se nada tivesse acontecido.

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