21 de set. de 2013

Até mais


Eu poderia ficar calado. Eu poderia manter-me quieto. Não haveria problemas em ficar em silêncio por algum tempo; dando um tempo ao tempo.

Mas hoje já sinto a falta do exercício da escrita; do exercício de sair por aí fotografando os produtos que faço; de sair por aí buscando lugares, posições, ângulos, jeitos que possam levar até você, leitor, um pouco de alegria, um pouco de criatividade, um pouco de felicidade.

Apesar de não poder-lhe dizer o acontecido, posso dizer-lhe que há uma semana recebi uma notícia que caiu em mim com o efeito devastador de uma bomba. Uma grande bomba. O meu céu ficou cinza, igual àquele que a gente vê quando assiste às filmagens da explosão da bomba que devastou Hiroshima e Nagasaki.

Só que vejo que sobrevivi à esta explosão. Estou vivo, mas ainda sinto-me contaminado com toda a radiação que se propagou pelo ar.

Vivo falando em meus textos sobre a vida, sobre o que é viver.

Fala-se muito em pensamento racional. Dizem-nos a todo instante que devemos "enxergar os fatos como eles são". Só que estas mesmas pessoas que nos dizem isto se esquecem que existe um componente emocional que habita toda e qualquer racionalidade; todo e qualquer fato. Esta emoção pode se traduzir em sonhos, fantasias, desejos, vontades de que quando não conseguimos mais acreditar em nada, que se faça um milagre.

Vamos dizer aqui que o que estou vivendo é esta emoção que chegou até a mim sem pedir licença; ela simplesmente entrou na minha casa, sentou-se no sofá da sala e agora se encontra lá, em silêncio, olhando para a minha cara, com a cara de quem veio me apresentar a realidade.

Vejo-me obrigado a dar-lhe comida, banho, e ceder-lhe a minha própria cama para que ela possa dormir quando tem vontade.

Eu sei que este tempo vai passar. A única coisa que lhe peço, leitor, é que saiba esperar. Eu voltarei, mas acho que na volta, já não serei mais o mesmo. Se vai ser bom ou ruim; se vai ser bem melhor do antes, eu também vou ter que esperar para ver.

Até mais. E obrigado pela sua companhia.

3 comentários:

  1. Só inicia-se novo ciclo, qdo o outro se fecha.
    Força ai que novos ventos virão!!!

    conte sempre comigo!!!!

    bjs

    patricia

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  2. Gostei muitíssimo do seu trabalho na Casa Cor Campinas - parabéns !! God bless you!

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    1. Oi, o trabalho que você viu não é meu. Provavelmente pertence à Beto Tozi. O Tozi dele tem um z a menos que o meu. Muito obrigado pelo comentário.

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